6 de jul. de 2013

Not about love.

Gosto do ar faltando. Do coração apertado e do corpo doendo, quase em febre. Os ossos doem e a pele arde e médico nenhum sabe diagnosticar. É meu coração em chamas, Doutor.

Porque das muitas maneiras que existem para se fazer algo, escolho sempre a mais dolorida. Eu preciso da dor, porque só sei que existe quando sangra. Eu só enxergo em vermelho e preciso manchar tudo ao redor com o rubro do meu peito. Mal de Touro.

Só vejo os teus olhos quando meu sangue respinga em você. E então você brilha. E sangro mais, sangro tanto, na ânsia de ver o teu sorriso, de sentir o te gosto, de saber o teu cheiro. Me entrego em sacrifício pro meu próprio coração.

Eu faria de outro jeito se eu pudesse. Construiria meu amor na calmaria, no cheiro de jasmim. Mas é um mundo injusto o nosso, e quem dormiu em cama de pedra por toda uma vida não se acostuma com as plumas. Me deixa, me sangra.

I miss that stupid ache.







2 comentários:

Alasca Young disse...

Esse texto é lindo. Me fez chorar.

Marcio Hasegava disse...

Gostei. "Porque das muitas maneiras que existem para se fazer algo, escolho sempre a mais dolorida. Eu preciso da dor, porque só sei que existe quando sangra"