11 de mai. de 2013

Castigo.

Eu não tive escolha, desde o começo. Mas se houvesse essa opção, se eu pudesse escolher qual seria o meu crime, eu teria te escolhido de qualquer forma. Não me sujo por pouco e você é tanto, você é tudo.

E eu quis correr, para evitar todo o erro e a dor que eu sabia que seriam inevitáveis. Mas eu tenho pés desobedientes e um coração masoquista. Eu quase gosto quando dói. E as marcas são bonitas e eu respiro mais forte quando sangra. Se corri então, foi em sua direção. Ainda que você não me abraçasse, ainda que você disfarce o sorriso quando perto.

São teus olhos quando cruzam os meus, são os segundos que viram horas quando minha mão roça a tua. É o longeperto que agonia, mas que ao mesmo tempo conforta, porque existimos.

Alucino teu nome e tua presença. Existem noites que eu poderia jurar que dormi ao teu lado, com as mãos na tua cintura, o nariz no teu pescoço. Não pode ser. Acordo e cheiro o travesseiro. Penso em tudo o que a gente não viveu, e as coisas que conversamos. Olho o vazio de não te ter.

Eu te invetei, baby? Eu inventei tudo isso?

É meu crime e minha escolha, então. Ai entendo: não há crime nenhum, nada aconteceu. Não se brinca de gangorra com uma pessoa só. Não se monta um castelo de areia no asfalto.

Mas eu não tive escolha.

E eu não quero a redenção.



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