10 de mai. de 2013

Madness.

Conservo o mau hábito de me apaixonar. Eu sei, vai doer. Vai doer e ninguém além de mim vai saber ou se importar. As palavras doces e o carinho se transformarão em conversas automáticas e frias e eu sofrerei. Alguma frase idiota me rasgará o peito. Não de verdade, vocês sabem. Não é como se eu fosse sangrar na frente das pessoas, mas é que a dor, a dor é bem parecida. É aguda e pungente, O coração bate devagar, porque está cansado. A respiração fica lenta, porque não existem forças.

Mas antes disso, antes dessa parte horrível, existem os momentos. Quando você sorri, com tanta força, que quase chora. Porque sorri com cada pedaço seu. Seus dedões do pé sorriem, entende? É a melhor sensação que pode existir e você sabe o que virá depois e não se importa. Ou talvez você seja uma pessoa com mais noção do perigo do que eu, e se importe, e só faça movimentos seguros. Você deve estar certo. Acontece que eu não tenho senso de auto preservação. Eu sou a pessoa que pula no dois, quando contam até três. Eu sou a pessoa que anda sem rumo pelo prazer de se perder. Ou seja, você está certo e eu não. Eu, inevitavelmente, terminarei quebrada.

E sobre estar quebrada, a verdade é que ninguém sentará com você e te ajudará a se montar de volta e colar os pedacinhos. Aliás, nem recomendo isso, é quase perigoso. Deixar outra pessoa fazer isso é dar oportunidade para que alguém te remonte da forma que interessa ao outro. Só a gente sabe quem somos e qual é o nosso formato. Ou quase. É um quebra-cabeças solitário. É solitário e meu. só meu. E eu devo quase gostar disso, porque me pego montando e colando pecinhas com alguma frequência.

Se apaixonar deveria ser a pior coisa que poderia acontecer comigo.

E eu ainda sigo achando incrível.

Somos todos loucos por aqui, Alice.




2 comentários:

Marcio Hasegava disse...

"Porque sorri com cada pedaço seu". Eu acho que nunca vi uma definição de paixão mais bela do que essa.

R. disse...

Márcio, coisa linda! Que bom que gostou <3