Duas doses de amor e nada pra acompanhar. Porque o amor bate mais depressa de estômago vazio e eu queria sentir logo, sentir tudo. Queria a boca seca, a boceta molhada, as pernas tremendo. As mãos suadas e a visão turva. Queria que o ar faltasse por dois segundos e sentir a dormência tomar conta de mim. Mas nada aconteceu.
Mais duas doses, caprichadas. Isso, segura aqui. Coloca as mãos assim, desse jeito. Você gosta assim? Mais perto, mais rápido. Mais forte. Nada.
Outra dose. Falta música, é isso. A gente precisa ter as mesmas referências e memórias musicais, senão não vai dar certo. Você foi naquele show, em 98? Foi incrível, não? Uhum, também tenho esse disco. Não, não conhecia isso, é incrível. Nada.
Mais uma, eu devo estar esquecendo de algo Os livros? Os filmes? Poderíamos passar horas falando sobre. O senso de humor, essa parte é importante. Você precisa me fazer rir na intensidade que me faz gozar. Nada.
Não é você, sou eu. Eu que devo estar precisando de uma dose maior, ou de algo novo. Porque amor, nessa apresentação, já não bate mais.
O coração não dispara, não há frio na barriga. Eu perdi alguma coisa pelo caminho, algo se quebrou da última vez.
Eu nunca mais serei a mesma.
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