24 de fev. de 2013

Doce de boldo.

Parecia doce e certo, até que veio o retrogosto amargo. Um amargor que se espalhou e não saiu. Bebi água, vodka, gasolina. Masquei chicletes. O sabor remanescente permanecia, como se pertencesse à minha boca.

Enfrentei os dissabores, disfarcei a ânsia. Respirei fundo e me conformei. Mas de tempos em tempos o gosto ruim voltava . Engoli a saliva contaminada pelo amargo sem fazer cara feia. Redimi os pecados. Mas não havia como digerir. Condenei-me a viver com aquilo em meu estômago, com a boca eternamente amarga.

Eu deveria ter cuspido para longe quando tive oportunidade.

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