19 de out. de 2012

O começo no fim.

Cresceu inteira numa tarde morna. Amadureceu como se fosse fruta no pé, sabendo de si e de todos os sentimentos. Secou os olhos e sorriu o riso mais frouxo que se tem notícia. Era isso: acabou.

Você pode amar uma vida inteira sem esperar ser amada de volta e a isso chamam de incondicional. Ela chamava de burrice, porque amou assim e tudo o que ganhou foram promessas vazias que ela mesma inventou. Ela via na tv os amores que dão certo, bem no final do filme. E deduziu: a verdade é que ninguém sabe exatamente o que acontece depois que a princesa se casa com o príncipe. Tudo é hipótese.

Como saber que o seu filme chegou ao final, que você derrotou os dragões corretos? Quem foi que disse que era pra derrotar os dragões mesmo? Ela prefere fazer amizade com eles e os visitar vez ou outra. Ela sabe, ela sempre sabe. É no insólito que ela se revela e se traduz. Unicidade.

E da dor do que acaba surge o novo. E os dias continuam os mesmos, mas com uma leveza nova, ou talvez a leveza de sempre, mas que ela não pode reparar antes. Ela resolveu seguir, leve. Era isso: acabou.




Um comentário:

Lia disse...

O texto veio no meu momento, ó.
[/brega]

Beijos :)