12 de jun. de 2013

12 de junho.

Eu tinha 15 anos e um namorado bonito. 15 anos e flores me esperando e uma caixa de bombons e um pau adolescente determinado a me foder naquela noite. 15 anos e a premissa de um dia dos namorados perfeito.
Mas eu já era burra. 15 anos e a minha proto-burrice já dava sinais de existência. Estava quase pronta e o telefone tocou, e meu melhor amigo estava na frente do prédio da menina que ele gostava. Flores e uma caixa de bombons e um pau adolescente determinado a foder a loirinha do 23 naquela noite. Mas ela não atendeu e ele ficou lá, flores, bombons, pau adolescente, todos rejeitados.

Eu poderia ter mandado ele ir pra casa. Ou ligado pro irmão dele ir buscá-lo. Mas não, eu precisava foder a minha noite e fui eu mesma resgatá-lo. Fui lá e jogamos juntos as flores na frente do prédio e comemos todos os bombons e nem eu fui agraciada pela foda de uma pau adolescente e nem ele fez uso do dele. E eu ganhei meu primeiro ex-namorado nesse dia.

Essa é a minha primeira lembrança de dia dos namorados.

As lembranças seguintes e o que acontece depois são só desdobramentos desse primeiro dia dos namorados. Sempre passei a data namorando, sempre passei o dia fazendo qualquer outra coisa que não fosse trocar presentes e foder insanamente. Eu já tive provas cabulosas na data. Já fiquei doente. Já quebrei uma perna, já fui assaltada. Numa das vezes, eu estava determinada a passar o dia bem e feliz com o namorado da época e fui convocada para ser testemunha em um julgamento.

Devo ter irritado os amorosos deuses patronos da data.

Eu deveria vir com um aviso no peito "à prova de dia dos namorados". E evitaria assim a frustração de alguns exs. Mas dizem que a graça das coisas está nas descobertas que fazemos, então, recomendo que você pague o preço. É a certeza de um dia no ano em que eu não poderei ser verdadeiramente amável e você pode combinar uma partida de truco com os amigos.

12 de junho é o dia em que eu erro.
E não me arrependo.

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