13 de abr. de 2013

Incerto.

Teus olhos tem a cor do caos, eu sei. Você me tira o equilíbrio que eu nunca fiz muita questão de ter e eu sorrio. Te quero perto o suficiente pra confundir o ruído branco dos nossos corações batendo. Meu sangue correndo porque você pulsa.

Tuas mãos encontram minha pele e eu só faço arder. Deve haver algo de tóxico em você, porque a cada respiração, meu corpo amortece, a visão fica turva e eu sinto meus joelhos arquearem lentamente. Você me deixa de joelhos, então. Te olho debaixo, por cima dos óculos e me faço tua.

Quero me mover lentamente em você, no nosso ritmo. Não temos pressa, não temos sequer nome. Você é caos e eu sou o incerto. E tua boca hoje é minha, só minha. E hoje eu sou tua, como nunca fui de ninguém antes, como nunca serei de ninguém depois. Te darei minha história e meu coração, só hoje. Te olharei nos olhos e saberei tudo sobre você. Vou lamber cada lágrima tua, morder cada sorriso. Só hoje, meu bem.

Porque, no fim das contas, infelizes são os que fazem planos. Não sabemos do amanhã. Basta piscarmos os olhos e o mundo já não é mais o mesmo. Eu só sei do agora e das tuas pernas enroscadas nas minhas. Eu só sei do teu caos e de você dentro de mim, me preenchendo de tantas e todas as formas.

Se amanhã ainda houver mundo e eu te encontrar pela rua, me deixe te reconhecer pelo cheiro. Deixe meu nariz percorrer o teu pescoço e me conte novamente a tua história.

Se houver possibilidade, me tome para você.

Se não houver, crie.

Se.

Nenhum comentário: