Eu queria me lembrar do momento exato em que as coisas não deram certo. Se eu lembrasse, ou soubesse e pudesse evitar. Aquele momento. A hora em que tudo ruiu em silêncio e nada mais foi como deveria ter sido, tudo o que meu coração desejou com todas as suas vontades, deixou de ser.
Você era coisa mais linda que eu vi passar e minha respiração se esqueceu de existir por que você me olhou por dentro. Sabe? Eu entendi que você tinha visto além dos meus óculos, depois da franja, além da retina. Se o que dizem alma for essa caixa bagunçada que eu carrego dentro, foi pra isso que você olhou, eu sei. Você viu a bagunça e quis ficar mesmo assim. Você deitou comigo naquela cama de solteiro, cheia de roupas e bichos e cadernos e se espremeu, para cabermos nós dois. E foi assim que você foi parar dentro de mim.
Eu hoje, ainda confundo as fibras que formam meu coração com as que formam o teu. Muitas das tuas ficaram aqui, eu posso sentir. Desculpa, não foi por mal, se quiser eu destroco, mas é que eu já acostumei com meu coração batendo assim. Eu gosto do que restou do seu ritmo, aqui dentro. Eu sinto falta do seu balanço e da sua música. Do teu braço, das tuas mãos.
Eu só queria saber quando é que tudo deu errado.
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