Ele finalmente está morrendo. Consumido por si mesmo em seus números. Um calendário nada errante, exceto quando bissexto. Fênix num loop desconexo. Nascer, crescer, morrer.
Eu percebo o alívio e o desespero nos olhos das pessoas. Um ano a menos. O maldito medo de ter feito pouco. A sensação sufocadora de que projetos importantes foram deixados de lado. A mania de adiar e de acharmos que somos eternos. O fim do ano te lembra que tudo acaba. Devem haver estatísticas sobre pessoas que não aguentam a pressão e desistem e se matam. Devem haver. É a pressão do fim, você consegue sentir?
Acabou. E então na mesma fração de segundo, o que era fim vira recomeço. Um movimento de ponteiro, o mesmo ponteiro de sempre e agora tudo há de ser diferente. Zera-se o contador e você se rodeia de todas as expectativas. É um novo ano, afinal. E você vai e tenta e pode até errar e estragar tudo e dali 365 dias se ver na mesma angustia. Mas foi um novo ano, em algum momento. E você teve esperanças. E isso é o que realmente importa.
Feliz Ano Novo.
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